terça-feira, 30 de agosto de 2011

PESSOAS COM NESCESSIDADES SOCIAIS DE SOBREVIVENCIA EM SIMOES FILHO

A produção capitalista produz, com a inexorabilidade de um processo natural, sua própria negação. É a negação da negação."
–Marx, O Capital. Livro I - Cap. XXIV, 1867.


Para sobreviver, trabalhadores desempregados escavam rua à procura de manganês

Publicado em 08.06.2008
por Conselho Editorial

Trabalhadores cavam as ruas
Famílias inteiras de trabalhadores escavam rua na cidade baiana de Simões Filho (Foto: EVARISTO SÁ/AFP)
multimídia

"Sei que estamos fazendo uma coisa ilegal, mas não há emprego para nós”.
– Josias Santana, pedreiro de 34 anos (da folhaonline)
Cerca de 500 trabalhadores de Simões Filho, município localizado a 33 km de Salvador, escavam a Rua do Campo, onde se concentra a maior parte da jazida de manganês da cidade. O que leva estas pessoas a enfrentar a lei e destruir uma rua da cidade é a miséria e o desemprego que os submetem a condições de vida degradantes.
Os trabalhadores querem o mínimo, que é produzir dignamente a sua vida através do seu trabalho. Mas nem isso a burguesia é capaz de garantir, levando-os a esta atitude desesperada em busca de sua própria sobrevivência. O direito elementar ao trabalho é negado à imensa maioria da população brasileira e mundial nesta sociedade dominada pelo capital. “Somos pessoas excluídas. Não dá para ver nossos filhos passando fome e a gente não fazer nada, ainda mais tendo a possibilidade de encontrar o manganês”, desabafou Josias Santana. “Não quero saber se é pouco ou muito [manganês] que existe. O que quero é encontrar o produto para pagar minhas dívidas”, disse o vigilante Francisco de Andrade, de 23 anos.
O Brasil é o segundo maior produtor de manganês do mundo, com uma produção de 1,3 milhão de toneladas por ano. No entanto, toda a riqueza existente no país está concentrada na mão de poucos. Os 10% mais ricos da população detém 75% da riqueza existente no país. A informação consta do estudo divulgado no dia 15 de maio pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o estudo, a desigualdade social no Brasil está igual à época da ditadura militar e num nível pior àquele do período anterior ao golpe de 1964. Quatro em cada dez brasileiros vivem em situação de miséria absoluta, o que faz com que o país ocupe o penúltimo lugar em distribuição de renda no mundo.
Os milhões de trabalhadores desempregados do Brasil devem exigir de Lula - este suposto governo dos Trabalhadores - e dos governos estaduais, trabalho para todos. Eles devem exigir o fim do desemprego. Os trabalhadores desta pequena cidade do interior da Bahia estão mostrando o que todos os trabalhadores querem. Os trabalhadores querem o mínimo. Eles querem trabalhar.



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